quarta-feira, 18 de julho de 2012

maranata - O ano era 1999 e lá estava eu eufórica e orgulhosa de participar do Seminários da obra

Os filhos e marido estão devidamente abandonados em casa, a mala com as roupas e sapatos novos feita e o seguro e a passagem pagos. Um final de semana no “pedacinho do céu na Terra”. O ano era 1999 e lá estava eu eufórica e orgulhosa de participar do Seminários da obra.

Uma das coisas que mais me chamou atenção naquele lugar foi a limpeza. Limpeza? Mas o aviso era dado: “não deixam nada de valor nos quartos, é perigoso”.

Fuçando meu baú de lembranças me recordo da minha “experiência” quando fui naquele lugar pela 1ª vez: A irmã que gentilmente me acompanhou, foi roubada. Isso mesmo! Ela esqueceu seu óculos no refeitório e um valete (voluntário) da obra achou e se apropriou do mesmo.

Contudo, um honesto que presenciou a cena, vendo a aflição da irmã procurando seu óculos, denunciou o crime. A confusão estava formada. Todos para a sala da “liga da justiça”. O meia-sola remendado ouve todas as partes e diante da negativa do ladrão, detalhe, ele estava com os óculos em mãos, disparou: “Irmã eu entendo seu questionamento, ouvi a testemunha, vi o objeto do roubo em poder do valete, MAS, a senhora é nova convertida e ele (o gatuno) tem mais tempo de obra e sendo assim FICO COM A VERSÃO DELE (ele havia dito que o óculos era dele, mesmo sendo um modelo feminino).

Diante desse agravo a pobrezinha se defendeu: Não! o senhor está enganado! eu estou fazendo o principiante para acompanhar essa irmã aqui (eu), mas eu sou da obra há muito tempo, sou do grupo de intercessão, sou senhora de frente, sou do grupo de louvor, sou professora de adolescentes! Enfim, ela deu uma carteirada no valete e ficou com os óculos.

Depois desse incidente lamentável, tentei voltar toda minha atenção para as aulas, porque isso era meu objetivo ali. Aprender a Bíblia. Fiquei sentadinha com a Bíblia nas mãos, mas de fato, o que era sistematicamente consultado era a apostila que eu acabara de comprar por R$0,50 (cinquenta centavos), uma pechincha!

Aprendi as doutrinas básicas reveladas com louvor, agora eu estava entrando no reino encantado dos mistérios da obra. Fiquei muito orgulhosa de estar ali, me sentia especial. De fato, o conhecimento bíblico ainda não havia sido aclarado, mas o salgadinho dos intervalos eram ótimos (pagos por fora, claro!).

No final de cada aula era reservado um momento especial para os dons, e isso muito me interessava. Na minha unidade local, um irmão piedoso me ensinara que os dons deviam obrigatoriamente estar em conformidade com a Palavra de Deus. Esse ponto era o mais difícil pra mim, porque não via isso na prática.

O momento final estava chegando e ouvi um dom do Pr. Jairo (aquele senhorzinho da voz rouca) que deu um nó na minha cabeça.

Ele disse que viu uma partida de futebol com 12 jogadores de cada lado, a bola do time vencedor não encostava no chão, ela passava de cabeça em cabeça até o gol, o goleiro pegava a bola e jogava e novamente ia de cabeça em cabeça e goool! Isso acontecia, segundo ele, por 5 vezes. O placar ficou 5X0. O time perdedor correu ao juiz e pediu prorrogação. O juiz informou que o jogo estava acabado e não havia prorrogação.

As gargalhadas ecoaram no templo, inclusive do chefe primaz que estava na tribuna. Risos, muitos risos e sonoras gargalhadas. Depois de instantes, as gargalhadas se enfraquecerem e o mestre pode dar o discernimento:

“Vejam meus irmãos a didática do Espírito Santo, como o Brasil é o pais do futebol, mais gargalhadas, ele mal conseguia falar… Ele escolheu o futebol para nos ensinar. Os 12 fala dos apóstolos, tipo da igreja. A bola é a obra que não toca no chão que é o mundo. Não se contamina. De cabeça em cabeça fala do corpo guiado por Jesus e os 5 gols são os meios de graça, que é o nosso segredo. Sabe porque não havia prorrogação?? depois do arrebatamento não vai haver salvação e o time perdedor é a mescla. Quanta imaginação.”

Para ser bem sincera, foi isso que ficou registrado na minha memória naquele final de semana.

fonte: http://cavaleiroveloz.com.br/index.php/2011/03/opiniao-seminarios-da-obra/#comment-14862

4 comentários:

  1. [...] maranata – O ano era 1999 e lá estava eu eufórica e orgulhosa de participar do Seminários da o... [...]

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  2. Eu pensava que o pr Gedelti não fosse renunciar a presidência da Obra. Afinal ele não foi levantado por revelação espirital. Como contrariar a vontade maior. As vezes ocorreu alguma visão as pressas e uma nova revelação, quem sabe? Eu sempre amei as pregações do pastor Gedelti, amava quando ele gritava na rádio trombetas "é a voz dos que clama no diserto". Nunca entendi como uma pessoa tão usada tinha conseguido concluir os estudos falando com tantos erros de português. Uma das histórias mirabolantes foi de uma igreja inteira no exterior que abandonou o líder e veio com os pastores ao seu encontro para aceitar a obra. Se não me engano na Lituânia. Um tesouro não acham? A obra está presente na Lituânia e em tantos paraísos fiscais. O velhote da voz mansinha que vai se alterando e por fim esbraveja cuspindo no púpíto. Quem nunca teve a infelicidade de subir lá para dar um recado ou ter de dar uma aula após a dele. Parece que os dentes com a gengiva se deslocam ao abrir a boca e vão voar em quem está sentado a frente. Espero que seja preso antes de morrer. Pelas pragas e o mal lançado aos milhares de seres humanos deve ser uma morte e tanto.

    Lancelot
    Graças a Deus livre destes demônios e pronto para enfrenta-los

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