Clamor Pelo Sangue de Jesus

1. Clamor Pelo Sangue de Jesus

A doutrina do “Clamor” é a condição imprescindível do adepto proferir uma frase pré-elaborada como um mecanismo fundamental para provocar a atenção de Deus. Essa doutrina consiste na dogmatização da frase “Clamamos pelo poder do sangue de Jesus”, em sua estrita literalidade, obrigatoriamente proferida no inicío de toda oração petitória, como um mecanismo incondicional para que a aspersão do sangue de Jesus (a Graça de Deus) possa ser executada na vida do crente. Ensina-se que somente sob condição de recitar a frase, fazendo menção de um pedido pelo sangue de Jesus, é que a oração chegará válida ao trono de Deus, de modo que, só assim, a remissão dos pecados, pelo sangue de Jesus, seja efetivada na vida do crente – no que perfaz uma reza. Em outras palavras, um mantra repetido de cor a cada início de reunião e em preces de súplica, sem o qual, segundo a doutrina da Maranata, torna-se sem validade a oração proferida e em cuja ausência não pode, efetivamente, haver comunhão com Deus e remissão dos pecados.

O fundamentalismo da observância desse dogma seria um modo do crente apresentar-se diante de Deus o reconhecimento da fórmula (a sua crença e oferta) para a remissão de seus pecados, de modo que, sem a menção…pelo poder do sangue de Jesus”, o crente não estaria validando, para a sua vida, o poder remidor do sangue de Jesus. Na prática, entende-se que a doutrina cristã da remissão dos pecados não depende mais exclusivamente do arrependimento dos pecados e, sobretudo, da fé (crença) na obra messiânica de Jesus Cristo, mas sim, para a teologia da Maranata, a remissão só teria, de fato, eficácia sob a condição indispensável de o adepto recitar o mantra “…pelo poder do sangue de Jesus” no início da oração. Não obstante a doutrina da Nova Aliança ensinar que todo pedido deve ser feito “em nome de Jesus” (ou seja: por comissão de Cristo), crendo, de antemão, de pura consciência, no Sacrifício do Cordeiro Eterno (Aspersão do sangue de Jesus), a Maranata, porém, atualizou essa doutrina, ensinando, agora, que além disso, é imprescindível o crente suplicar, clamar ou pedir “… pelo poder do sangue de Jesus”, caso contrário, a remissão dos pecados ou a proteção divina não terá eficácia.

Sendo assim, na Maranata, o adepto antes do início de qualquer atividade na Igreja deve obrigatoriamente “clamar pelo poder do sangue…” para que efetivamente ele e os reunidos sejam limpos dos pecados e tenham suas vidas renovadas, e, por fim, tornem-se espiritualmente “aptos” para realizar as tarefas eclesiásticas (cultos, mutirões, ensaios, reuniões etc.). Seja atividade de cunho espiritual ou até mesmo secular, enfim, o “clamor pelo sangue…” deve ser sempre recitado para que Deus esteja a abençoar a atividade. Se aquele que for conduzir a oração e nela esquecer ou ignorar a menção do “clamor”, imediatamente, o orador será censurado por um zeloso e atencioso adepto, o qual, por sua vez, recitará devidamente a reza. É também o “clamor” reputado como instrumento para chamar a atenção de Deus para o crente ser revestido de proteção e segurança divina, conta investidas do Maligno. Segundo tal dogma, o crente deve “estar no clamor” para que, só assim, Deus possa operar com sucesso numa empreitada em que o crente esteja a realizar e que, porventura, seja suscetível de tribulação ou fatalidades (exemplo: itinerário de uma viagem, deslocamento, passagem por um local perigoso etc.), o que, também, para isso, é necessário “renovar o clamor” a cada interrupção fortuita ou suspensão necessária que se faz no percurso do objetivo final.
2. Revelação

A “Revelação” é o instituto de maior autoridade de fé, ensino e prática na Igreja Maranata. Para a liderança da Maranata, a maior autoridade espiritual em matéria de ensino cristão ou doutrina não está essência e primariamente na Bíblia Sagrada, mas, observa-se, que a “Revelação” é esta fonte maior de autoridade e justificativa para todas as doutrinas, usos, costumes e dogmas da Instituição. É ensinado que somente pela ”Revelação” é que a Bíblia Sagrada pode ser compreendida, pois, em especial, a liderança da Maranata “alcançou a revelação” e compreendeu a Bíblia “além da letra”, descobrindo aquilo que supostamente Deus houvera escondido durante os longos anos da história da Igreja e que, agora, nos últimos dias, revelara à “Igreja Fiel” ou à “Obra do Espírito Santo”, os chamados “segredos da Obra”. A liderança educa, implicitamente, os membros na compreensão de que Deus não registrou de forma clara e evidente o Evangelho do Reino nas Escrituras, por isso Ele, nos últimos dias, concedera a “revelação” a algumas pessoas para que pudessem reafirmar a “Obra do Espírito Santo”, complementado com novas doutrinas e costumes que não estavam claramente revelados ou mesmo não estabelecidos nas Sagradas Escrituras.

Os membros da Maranata aprendem, claro, a respeitar os ensinamentos da Bíblia, entretanto, conforme àquilo que previamente o Presbitério interpreta e estabelece como verdade. Logo, anuncia-se que a real confiança dos membros deve estar canalizada não naquilo que a Bíblia primariamente ensina – “a letra” -, senão naquilo que o Presbitério ou os pastores da Maranata diz ter obtido de Deus, ao interpretar as passagens bíblicas por “revelação” do Espírito Santo. As Escrituras Sagradas, portanto, têm a sua autoridade diminuída, sendo reputada como um livro comum de apenas relatos históricos, comumente definidas como “letra velha” ou “letra morta” – até mesmo é lhes atribuído um caráter mortífero ao afirmarem que “a letra mata, mas o Espírito vivifica” (leia-se: a “revelação” vivifica). Só através do acessório da “Revelação” é que as Escrituras podem ser destrinchadas, entendidas, naquilo que realmente elas querem ensinar para os verdadeiros servos fiéis que estão na “Obra do Espírito Santo”.

Na verdade, a tal da “revelação” cancela o ensino original da Bíblia em favor de algo novo, secundário e supostamente mais autoritativo, que, segundo essa teologia, Deus revelou somente há pouco tempo para a “Igreja Fiel”. Portanto, ensina-se indiretamente que – embora muitos, em sua ingenuidade, não percebam – a Bí­blia é apenas uma parcela da revelação verbal de Deus, e que Ele tem apregoado, ou continua apregoando novas doutrinas, de uma forma extrabíblica, à parte das Escrituras, ao Presbitério da Maranata. A “Revelação” é portada especialmente pelo Presbitério central ou Comissão Executiva da Instituição Maranata cujos componentes são estimados como aqueles que estão mais evoluídos em sede de “revelação”, de tal modo que é sob a justificativa de “revelação” que as novas doutrinas são elaboradas, os particulares dogmas são estabelecidos e os usos e costumes são impostos para todas as Igrejas da Maranata, cabendo tão somente aos demais pastores e membros, passivamente, aderir às “revelações” emitidas pelo Presbitério.

É inadmissível que a “Revelação” seja contrariada, desobedecida ou mesmo questionada, sob pena da pessoa ser acusada como pecadora de “idolatria” ou “blasfêmia contra o Espírito Santo”, que, em termos práticos, será ostracizada dentro no sistema e, por fim, convidada a se retirar da Igreja. Tais revelações vêm por inter­médio de algum “líder divinamente inspirado”, ao que se chama de “ungido do Senhor”. A Maranata, assim, atribui autoridade divina à pessoa dos pastores, pois que – quando falam, segundo eles mesmos, em nome de Deus, isto é, a “revelação” – são infalíveis e cujas palavras ditas “reveladas” têm a mesma autoridade ou mesmo maior autoridade do que as Santas Escrituras. Pela “revelação” ser a maior autoridade de ensino, nem mesmo argumentos ou questionamentos pautados na Bíblia Sagrada são admissíveis, porque é ensinado que qualquer prescrição bíblica que confronte com a “revelação”, verdadeiramente, é porque o questionador está lendo a Bíblia “na letra”, “na razão” e “não alcançou a revelação daquilo que está além da letra”.

Em virtude disso, as “revelações” supostamente emitidas por Deus, por intermédio dos pastores da Maranata, são impossíveis de serem testificadas ou avaliadas em sua procedência, porque jamais alguém poderá averiguar que o pastor falou de fato por intermédio de Jesus Cristo, cabendo ao membro tão-somente obedecer subservientemente. A “Razão” é antagônico da “revelação”, pois seria tudo aquilo que não se enquadra na “revelação” da Maranata, ou seja, aquilo que os pastores do Presbitério afirmam o que é o certo. Em suma, conforme a teologia da Maranata, as Escrituras Sagradas não são reputadas como a última revelação de Deus à Igreja, tampouco a maior autoridade de ensino cristão, muito menos o testificador daquilo é certo ou errado; senão, ensina, que Deus ainda hoje estar a “revelar” novas doutrinas, dogmas, práticas, usos e costumes, por intermédio de pastores, àqueles que se dispõem em ouvir a voz do Espírito Santo e viver a “Obra como forma de vida”, obedecendo passivamente as ordenanças e doutrinas emanadas do Presbitério.
3. Bibliomancia

A teologia da Igreja Maranata estabeleceu como dogma a utilização sistemática e imprescindível da Bibliomanciacomo instrumento norteador da vida em geral do crente da Maranata. A prática é feita rigorosamente da seguinte maneira: primeiro, ora-se recitando o “clamor”; depois, de olhos fechados, abre-se randomicamente a Bíblia, aponta-se o dedo indicador a esmo e ler um fragmento de um texto ou versículo; dependendo do teor, positivo ou negativo, se obtém supostamente a resposta divina – intitulada pela Maranata de “Consulta à Palavra”. Alega-se que a “Consulta à Palavra” é uma doutrina revelada por Deus para um povo escolhido e nobre que está disposto a ouvir a voz e realizar a “Obra do Espírito Santo”. A teologia da Maranata justifica a adoção dessa prática pelo o seguinte raciocínio: assim como nos idos da Velha Aliança os sacerdotes consultavam ao Senhor pelo Urim e Tumim, hoje no tempo da Nova Aliança, do Espírito Santo derramado, usa-se a estrutura e organização do livro Bíblia como instrumento de “consulta”.

É o meio pelo qual se utiliza para resoluções de dúvidas e tomadas de decisões do dia-a-dia. É enfaticamente ensinado que a “consulta ao Senhor” é devida a todo adepto no que diz respeito a qualquer decisão nas áreas da vida profissional, espiritual e sentimental – quando, por exemplo, for adquirir algum objeto ou bem, adentrar em algum negócio, realizar uma empreitada, iniciar algum namoro, definir o noivado e casamento, enfim, para saber se tal pretensão está sob a “permissão” e “vontade do Senhor”. Bem como é o recurso doutrinário que utilizam para “consultar a Deus” sobre a procedência de dons espirituais (visões e revelações) concedidos pelos membros. Ensina-se que a liderança, tanto sobre assuntos administrativos ou eclesiásticos, lança mão dessa prática para tomar conhecimento da suposta vontade divina – se Altíssimo aprova ou reprova determinada decisão administrativa ou doutrinária.
4. Pentecotalismo Indiscriminado

De doutrina pentecostal, os Dons Espirituais, para a Maranata, porém, são hermeticamente os nove mencionados na Carta aos Coríntios, com uma ênfase desmedida ao dom ciência que, segundo seu particular entendimento teológico, é subdividido em três categorias: revelações, visões e sonhos. Em toda reunião, especialmente em “Cultos Proféticos”, há abundante manifestação – a granel – de revelações e visões. Nos “Cultos Proféticos” ou nas reuniões de “Grupo de Intercessão”, as ditas “revelações” são dadas sempre com caráter adivinhatório para saber a razão dos sentimentos particulares que há no coração das pessoas, seja das que estarão no culto de logo mais (normalmente visitantes), seja dos membros que apresentam um comportamento nada satisfatório aos interesses do sistema; através das quais afirmam que o Senhor ou um anjo supostamente dará a benção libertadora ou apresentará seu projeto de Salvação ou, no caso de membro inútil ao sistema, Deus concederá uma “orientação”.

Por revelação, também, determinam nos Culto Proféticos quem serão os “varões” que ministrarão o louvor e a mensagem do culto convencional. A “revelação” também é utilizada como subterfúgio para revestir de autoridade inquestionável e cumprimento estrito das decisões da liderança sobre a vida dos adeptos, seja no disciplinamento e exclusão de membros, seja na concessão de funções e cargos eclesiásticos, seja no controle da vida alheia sobre aquilo que ela pode ou não fazer. As “visões”, por sua vez, são apresentadas sempre com mensagens ilustrativas e figuras metafóricas cujo teor também é adivinhatório e cuja interpretação sempre é interpretada logo em seguida, que a chamam de “discernimento da visão”. As “visões” também são a respeito dos sentimentos dos visitantes ou sobre a vida em geral dos membros. Condicionados com a profusão de “dons espirituais”, é terminantemente proibido que o culto convencional careça de algum “dom espiritual” (visão, sonhos ou revelação). Para tanto, pastores cobram, literalmente, do corpo de membros que “busquem” dons espirituais para apresentá-los no “Culto Profético” ou ao “Grupo de Intercessão” (quando se trata sobre a vida de terceiros), sob pena de a igreja ser reprimida ou de o adepto, que não é “usado em dons” corriqueiramente, ser estigmatizado como réprobo espiritual.
5. Culto-Profético

Culto-Profético consiste numa reunião que ocorre 30 minutos antes do culto convencional e que perdura mais ou menos 15 minutos. É destinado ao um “momento de busca” para que Deus dê “dons espirituais” (visões e revelações) referentes às necessidades do subseqüente culto, assim como o período em que testificam e interpretam os dons espirituais trazidos pelos presentes. A composição da reunião é de no mínimo 03 membros – para que a “consulta a Palavra” possa, de fato, ser executada – e necessariamente sob a liderança de um varão detentor de cargo eclesiástico. A reunião só é permitida àqueles que já fizeram o “Seminário de Principiantes”, exceção feita às crianças que podem participar, salvo, ilogicamente, permissivo até a adolescência, em que iniciarão um período de observação para se realmente estarão aptos a serem batizados. Após a devida oração de “clamor” e o obrigatório cântico de “louvor de clamor” que principiam a reunião, os componentes que foram agraciados supostamente por Deus, apresentam as visões e as revelações que dizem terem recebidos. Logo depois de os profetas contarem os detalhes dos eventos espirituais que obtiveram, os dons têm sua procedência testificada pelo crivo da “consulta à Palavra”, na melhor de três leituras de versículos bíblicos. Realizado a “consulta”, os dons que foram “aprovados pelo Senhor”, são interpretados pelos demais componentes da reunião, que eles chamam esse quadro de “discernimento da visão”. Por fim, escolhem 05 (ou 04) louvores para o culto convencional – que sejam sugestivos aos conteúdos dos dons espirituais apresentados e aprovados -, obedecendo estritamente à determinação de o primeiro hino ser um “louvor de clamor” (cuja letra há menção da remissão pelo sangue de Cristo) e os outros de glorificação, de arrebatamento, de crianças e “corinho” (hino curto e animado).
 5.1. A Consulta dos Dons

Consulta dos dons (visões e revelações) é realizada fundamentalmente pela “consulta à palavra” (Bibliomancia) durante os “cultos proféticos”. Após a apresentação do “dom espiritual”, alguém, presente no culto-profético, obrigatoriamente se levanta para recitar o “clamor” e orar para requerer a bênção de Deus para a “consulta”. De modo que, logo em seguida, 03 consulentes abrem as suas Bíblias aleatoriamente e cada um ler um versículo apontado pelo dedo, escolhido a esmo. Segundo a doutrina da Maranata, dependendo do teor dos versículos, obtém-se a resposta da procedência dos dons espirituais, na melhor de 03 leituras de versículos. Por exemplo, três positivos e nenhum negativo ou dois positivos e um negativo são resultados que expressam a aprovação de Deus; em caso inverso, não há aprovação de Deus. Porém, independente da resposta dada pela “consulta”, o dom espiritual sempre sujeitar-se-á, posteriormente, à vontade (opinião) do pastor ou “ungido”, que eles justificam pelo dogma do “Ministério Acima dos Dons”.
 5. Infalibilidade Pastoral

Infalibilidade pastoral é um dogma da teologia da Maranata o qual consiste que o Presidente e o Presbitério, bem como os pastores e “ungidos”, quando deliberam (leia-se “orientam”) algo em matéria de fé, moral (costumes) e sobre o destino da vida alheia, estão sempre corretos e dignos de absoluta obediência. Isto porque se acredita na Maranata, como na Católica, que, na clarificação solene e definitiva destas decisões, tais cargos e, sobre todos eles, o Presidente, gozam de assistência sobrenatural do Espírito Santo, que os preserva de todo o erro e desvio, com o fim de orientar para que a “Obra” seja “perfeita” e “dinâmica”. Um dogma de altíssima relevância ao sistema e de obediência restrita por parte dos membros. A infalibilidade pastoral foi longamente discutida e criticada como doutrina católica-romanista, sobretudo pela Reforma Protestante, contudo, constatou-se que a Maranata resgatara esse conveniente dogma para seu sistema de liderança eclesiástica. O apelo à “unção da infalibilidade” é restrito somente aos pastores e “ungidos” (esses sob a tutela daquele), visto que suas decisões e “orientações” são ditas divinamente reveladas ou que estão em direta e íntima conexão com o Espírito Santo.

Uma vez proclamadas e definidas solenemente, as decisões transformam-se em “revelações” ou “orientações do Senhor”, ou seja, em verdades inquestionáveis e infalíveis que todo e qualquer crente da Maranata deve aderir, aceitar e acreditar de uma maneira ingênua, subalterna e irrevogável – até que venha outra “revelação” e a revogue, conforme os oportunismos da Instituição. Em caso de ponderações, contestações ou desobediência a pastores e às “revelações” do Presbitério, o membro incorrerá ao pecado da “Idolatria”, e, por desobedecê-los, “tocar-se-á nos ungidos do Senhor”, no que implicaria no pecado imperdoável – a “blasfêmia contra o Espírito Santo” – vez que se ensina que a figura do pastor age por ex catedra (posição revelada pelo Espírito Santo). Na verdade, esse recurso tem como objetivo isentar a liderança de futuras gafes, responsabilidades ou necessidade de retratações perante membros, ex-membros ou mesmo autoridades legais, para assim governar e dominar as pessoas sem justificativas e a bel prazer.
 5.1. Ministério Carismático

Na Maranata, considera a autoridade dos pastores, ungidos e acima de tudo do Presbitério como Carismáticados pastores, ungidos e, sobretudo, o Presbitério. Os líderes da Maranata são considerados muito especiais pelos seus liderados. Eles são vistos como pessoas que receberam revelações especiais do próprio Deus ou de anjos; reivindicam-se possuir uma missão designada por Deus e ensina-se que eles detêm habilidades especiais de modo que estão, dentro dos limites de seu ministério, acima de qualquer código de ética e não podem ser negados nem contraditos. Essas habilidades especiais são em decorrência da “unção” que supostamente receberam do Espírito Santo para atingirem um estado tal de espiritualidade avançada e superior que podem enxergar tudo de forma muito mais aguçada e entender a vida alheia mais do que a própria pessoa, de modo a exercer, a bel-prazer, o controle sobre os mínimos detalhes das vidas seculares e até sentimentais dos liderados, julgando e controlando-os com o pretenso objetivo de edificá-los espiritualmente.

Uma vez a liderança sendo carismática, fundamentalmente apela-se do subterfúgio da Espiritualização das decisões. Isto é, todas diretrizes, seja administrativas, doutrinárias e organizacionais, das mais simples a mais complexas, são justificadas como provenientes de “revelação” de Deus ao líder. Nada é feito pelo recurso do bom senso, da objetividade ou da dedução lógica, antes a “razão do homem” é perigosa e deve ser rejeitada, de tal maneira que as “palavras reveladas” da liderança são as que possuem a maior confiabilidade àquilo que seja o correto. Afirma-se que “nessa Obra” não há dedo do homem como a “religião”, pois tudo é revelado. Simplesmente tudo, conforme a teologia da Instituição, é Deus quem revela ao pastor ou ao Presbitério, ficando a responsabilidade dos liderados de somente obedecê-los. É muito comum, por isso, apelar-se à exaustiva repetição da frase “O Senhor revelou que…” ou “O Senhor mostrou que…”, com o fim da liderança revestir de autoridade e inquestionabilidade suas decisões e, de certa forma, coagir o cumprimento restrito e subalterno dos liderados. Porém, quando se resolve alterar alguma rotina, doutrina ou costume do sistema, não obstante alegarem que o próprio Deus mudou de idéia – revelou outro método -, justifica-se, na verdade, que é porque “Obra é dinâmica”.
 5.2. Ministério Acima Dos Dons

Ministério acima dos Dons é um dogma de alto cumprimento e observação na Maranata. Segundo o entendimento teológico da Maranata, esse particular dogma consiste que a opinião ou a vontade do ministério, observando a hierarquia (“ungido” e pastor, em matéria de igreja local; Coordenadores, Presbitério e Presidente, a nível geral), está acima de qualquer dom espiritual. A palavra do pastor, por essa doutrina, é a palavra final, e tem mais peso do que a própria “consulta” e do que um dom espiritual, o qual o pastor pode sustar ou aceitar sua aplicação, livremente. Todo dom espiritual, após ser “consultado”, deve, por fim, ser submetido pelo crivo do pastor, para ser endossado ou rejeitado. Ainda que Deus – suponha-se – conceda um sonho, uma revelação sobre a vida de determinado membro ou mesmo sobre a vida do pastor, o próprio pastor ou o “ungido” tem toda a autoridade de aprovar ou reprovar esse dom espiritual. Em suma, a vontade do pastor está acima da vontade do próprio Deus. Isso é facilmente observado nos Cultos Proféticos e Grupos de Intercessão quando há supostas revelações e visões sobre a vida particular dos membros, e o pastor, então, é quem dá o ultimato se elas deverão ser acolhidas ou rejeitadas, de acordo com suas conveniências e perspectivas.
 5.3. Cobertural Espiritual

Nas igrejas locais, como um espelho do governo central, o totalitarismo também é intenso, a respeito dos pastores sobre seus inferiores – Cobertura Espiritual. Ainda que a Maranata diga, em teoria, que seus pastores são doutrinados segundo o Evangelho de Jesus, na prática, sua autoridade religiosa é fundamentada e similar ao sacerdócio veterotestamentário, pois são figuras mediadoras ou canais entre Deus e a igreja; vez que suas palavras, ordenanças são sempre revestidas da capa das “revelações”, “orientações” e “profecias” de Deus que eles recebem sobre a vida alheia. Os adeptos da igreja são diretamente subservientes ao pastor da igreja local, tendo que sempre que lhes justificarem ou comunicarem, por exemplo, das suas decisões pessoais na área profissional (ou estudantil), na área sentimental e na área espiritual, a fim de obter o aval ou aprovação do pastor.

Por exemplo, viagens com a família, evangelizar, realizar determinados cursos em hora de atividades da igreja, até mesmo namoros e casamentos, também, só serão efetuados se passarem, de antemão, pelo crivo do pastor. É muito comum namoros serem desfeitos e casamentos serem proibidos (às vezes, até terminados) por ordens de pastores, sempre se justificando supostamente em revelações de Deus que dizem eles terem obtidos. O mesmo vale aos casamentos, que são contraídos por ordem do pastor – a partir da constatação de que o casal tenha condição financeira apropriada, e após alguns meses de namoro, entende-se que não há o porquê de não casar, se ambos estão, acima de tudo, firmados na Maranata -, pois, Deus dará a bênção, independentemente da maturidade do amor. Essas revelações sobre a vida alheia também podem ser oriundas de diáconos, obreiros, senhoras e professoras, contudo, devem previamente ser submetidas ao crivo do pastor. Ressalte-se que em alguns ministérios, namoros e casamentos ainda são incitados por revelação de algum pastor, prática dogmatizada no passado pela Maranata; mas o Senhor, hoje, revogou – justifica-se.
 5.4. Soluções Espiritualizadas

Dado ao ensino das Decisões Espiritualizadas e que a liderança e liderados devem responsabilizar todas as suas ações à pessoa de Deus pela Bíbliomancia, logo, condicionara-se a compreender que os desdobramentos e implicações da vida são sempre solucionados e explicados pela visão do Reducionismo religioso ou doSimplismo das espiritualizações. Sejam circunstâncias seculares, sentimentais ou espirituais, ensina-se que tudo é solucionado e explicado através de uma visão espiritualizada e simplista de causa e efeito. As soluções e explicações da vida do crente estão conforme àquilo que ele, enquanto adepto da Maranata, gera em função de cumprir e praticar as atividades e doutrinas da Maranata. Em outras palavras, recorrem a uma teoria reducionista religiosa que tribulações seculares seriam decorrente da falta de obediência e fidelidade ao sistema; ao passo que vitórias profissionais, estudantis e sentimentais são sempre associadas à obediência às tarefas e práticas da Maranata. Sempre explicam as circunstâncias da vida através desse simplismo infantil. Apresenta-se uma fé de causa e efeito, uma religião mecânica, que, no fim, converge ao entendimento de servir a Deus segundo o utilitarismo das partidas e contrapartidas.
6. Teofanias e Aparições

As Teofanias e Aparição de Anjos são relatadas na Maranata em uma abundância impressionante. Conta-se que anjos ou “um ser de branco” (Jesus) estão sempre se fazendo presentes às dependências da instituição e em ambientes onde há adeptos da Maranata, sobretudo nos locais de cultos e “maanains”, de modo que alguns membros são capazes de vê-los e ter experiências únicas de até contatos visuais e físicos. Nos seminários, reuniões e cultos, no momento das ministrações, afirma-se que alguns irmãos vêem anjos, invisíveis, que estão sempre a trazer libertações, operando curas, retirando pecados e opressões espirituais no interior das pessoas, bem como concedendo até dons espirituais quando os adeptos estão reunidos em Cultos Proféticos e Grupo de Intercessão.

Relata a liderança e alguns membros que ela própria e alguns adeptos – que normalmente ninguém sabe quem são – estão a sempre a ter tais experiências teofânicas e a ver anjos em corpo presente, cujas aparições mais comuns são: ora vigiando e assegurando as regiões limítrofes do “maanaim”; ora concedendo “experiências de salvação” às pessoas; ora trazendo consigo mensagens proféticas de Deus à Maranata; ora curando familiares de pastores; ora trazendo “cola” de vestibulares e concursos a estudantes “valentes” dedicados à “Obra”; ora informando pessoalmente novos louvores, costumes e práticas religiosas a líderes e membros mais espirituais da Maranata.

A liderança costuma ensinar que, diante das suas numerosas experiências com anjos, constatou-se que eles sempre estão a trazer consigo “bênçãos” aos irmãos que estão presentes nos cultos, reuniões e seminários, de modo que aqueles que faltam às atividades eclesiásticas acabam fatalmente perdendo essas ”bênçãos”, pelo fato dos anjos não ter lhes encontrado lá, na hora do evento. Também, visões e revelações alcançadas pelos adeptos são fundamentadas, em quase sua totalidade, por manifestações angelicais que sempre estão a operar na vida das pessoas. Orações também são dirigidas a Deus a fim de que Ele possa enviar o “anjo da cura”, ou o “anjo da libertação”, ou “anjo da proteção”, enfim, a depender das necessidades do orador.
6. Meios de Graça

Os “Meios de Graça” é uma doutrina que, depois da “Revelação”, da Bibliomancia e do “Clamor”, é a mais importante da teologia da Maranata. Trata-se de uma readaptação dos “meios de graça” do catecismo de Westminster e dos estudos de John Wesley às práticas dogmáticas da Maranata. Segundo a liderança da Maranata, Deus revelou um segredo para si, “Cinco Armas Espirituais, que os servos fiéis poderiam executar para o crescimento espiritual, assim como para vencer e solucionar as tribulações da vida secular, familiar e sentimental. São os 05 Meios de Graça:

a) Madrugada é a reunião de orações que deve ser fundamentalmente realizada nos templos da Maranata, estritamente às 06h:00min da manhã. É expressamente determinado que todo membro envolvido no sistema se faça presente ao templo para o “culto da Madrugada”, pois, em especial, é através da participação efetiva nesses cultos que os membros são “aperfeiçoados” na vida espiritual e “libertos” de problemas da vida. Acredita-se que a presença à liturgia da “madrugada” como uma condição em si mesma para que o adepto torne-se espiritual e vença as adversidades da vida secular;

b) Jejum, de sábado para domingo, rigorosamente cronometrado de 00h:00min até às 09h:00min; sim, por incrível que pareça, parte do jejum é dormindo. Alegam que tal horário foi revelado pelo próprio Deus, pois que estaria de acordo com o relógio da Eternidade e, após os fundadores da Maranata (atuais líderes) terem pelejado bastante em 72 horas de jejum à época, hoje Deus, por misericórdia, concedeu essa condição/horário bem confortável para “jejuar”;

c) Louvor, entoar somente os “louvores revelados” por Deus à Maranata. Ensina-se que os hinos de exclusividade do hinário da Maranata são advindos diretos da Eternidade (por emissão de anjos ou do Espírito Santo) aos seus compositores, de tal modo que somente esses hinos são os permitidos para serem entoados na congregação. Assim, louvores cristãos de outros grupos são rebaixados espiritualmente, considerados como “cospel”, “da mescla”, “sem revelação” ou “do homem”, por isso, são terminantemente proibidos de serem entoados pelos membros – salvo raríssimas exceções, como alguns cânticos tradicionais de domínio público;

d) Oração, realizada lançando mão do recurso irremediável do “clamor”;

e) Palavra Revelada, é um nome pretensamente piedoso, com ares de espiritual, dado pela teologia da Maranata ao método exegético da Interpretação Alegórica das Escrituras. Esse dogma é uma forçada interpretação alegórica das passagens bíblicas, nas quais, segundo a Maranata, se pode encontrar oculto, “além da letra”, as verdadeiras mensagens reveladas por Deus à Igreja, que somente alguns servos fiéis conseguem “alcançar” a tal “revelação além da letra”. Trata-se, na verdade, de uma espécie de cabala cristã ou da antiga interpretação alegórica cujo precursor fora o teólogo judeu Filo de Alexandria. Ensina-se que ao decifrar as supostas mensagens ocultas dos simbolismos, tipos e números das Escrituras, a pessoa é agraciada pelo Espírito Santo (o dom da sabedoria) com tal da “Palavra Revelada Além da Letra”. Julga-se que a mensagem divina “revelada além da letra” é a maneira real que Deus se agrada dos seus servos em transmitir a sua Palavra; ao passo que o sentido primário e objetivo da mensagem bíblica seria meramente “letra morta” ou “velha”, visto que a “letra mata mas o Espírito vivifica” (entenda-se como “revelação além da letra”). Alega-se que só a Maranata “alcançou” esse “segredo”.

Os Meios de [obter] Graça devem ser feitos periodicamente pelos adeptos, a fim de crescerem cada vez mais na graça e na comunhão com de Deus, bem como para se libertarem das tribulações e das opressões do Inimigo. Embora a Palavra apregoe que a Salvação e a Graça de Deus vêm através da fé em Cristo Jesus, a teologia da Maranata induz uma compreensão confusa, pois além de pregar isso, prega que sem o exercício e a prática reforçada dos “Meios de Graça” – que se denomina “pagar um preço”- o crente não terá méritos para adquirir bênçãos, graça e dons espirituais de Deus.
7. Escatologia

Segundo a isolada Teologia Escatológica da Maranata, o Presbitério obteve uma revelação divina na qual lhe passou “segredos” sobre a interpretação bíblica sobre os relatos dos Últimos Dias, segredos que as demais Instituições desconhecem. Afirma o Presbitério que as trombetas relatadas no Capítulo 8 do Livro de Apocalipse já tiveram as suastrês primeiras já tocadas em nosso tempo, de modo que estaríamos vivendo a iminência da quarta trombeta. Para o órgão responsável pelo doutrinamento da Maranata, a Primeira Trombeta fora já tocada quando a terça-parte de todo o verde da Terra já fora queimado e destruído – embase-se tal dogma em especulações de estudos científicos, como o desmatamento da Amazônia e queimadas na África; a Segunda Trombeta também já fora tocada, quando se afirma que a terça-parte da vida marinha estaria morta – ampara-se para tal dogmatização em estudos do falecido e famoso oceanógrafo Jacques Cousteau – entretanto, o Presbitério esquece-se de “provar cientificamente” sobre o destino da terça-parte dos navios e embarcações; e a Terceira Trombeta, que também fora já tocada, pois que a terça-parte da água potável dos rios e lagos do planeta se tornaram amargas e salobras – é também tal afirmação dogmática justificada “cientificamente”. Por fim, alegam que o anjo do Senhor responsável pelas tribulações dos Últimos Dias, quando “encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra”, na verdade, não se trata de uma ação de juízo, senão que o anjo manejou o Espírito Santo e o derramou sobre a vida dos crentes.
8. Batismo sob Permissão Divina

Batismo nas Águas só é permitido caso o neófito seja previamente aprovado por uma suposta revelação de Deus ao “Grupo de Intercessão” – “se o Senhor permitir” – independentemente da confissão de fé e postura do neófito. Após o referido grupo pôr em pauta os detalhes da vida e aferir credenciais e atributos do novo convertido, e depois do pastor ouvir as opiniões dos componentes de tal grupo sobre a vida do neófito, no fim, algum dos componentes entrega a “revelação” de aprovação ou reprovação, e o grupo decide se o neófito pode ou não ser batizado, através da testificação da “revelação” pela “consulta ao Senhor” (Bibliomancia). Deus, segundo a Maranata, revela a tal grupo que determinado neófito está apto ou não para “descer às águas”. Caso Deus aprove, será batizado; caso contrário, aguardará alguns meses, até o período de batismo para novamente ser submetido ao “Grupo de Intercessão” (e à “consulta”), para testificar se agora Deus permitirá se o neófito pode, finalmente, batizar. Por fim, ressalte-se que a Maranata não vê com bons olhos o novo membro egresso de outra Instituição Evangélica que já é batizado, de modo que é comum eles serem jeitosamente convidados a batizarem novamente, mas agora sob a atmosfera da Maranata; pelo que o neófito, geralmente, acaba cedendo – por força da inclusão social – a fim de se sentir aprovado e aceito no sistema.

Batismo no Espírito Santo não se considera pela constatação real dos frutos do Espírito Santo, ou seja, pela transformação numa nova criatura pela habitação do Espírito na vida do crente ou pela manifestação dos carismas espirituais, mas, segundo a teologia da Maranata, a constatação de que o adepto fora agraciado com a habitação do Espírito Santo é feita de modo similar ao crivo da “permissão para batizar” no “Grupo de Intercessão”. Nesse caso, é pela bibliomancia também, contato que agora é realizada de forma pessoal. No final do “Seminário de Principiantes”, na última aula, os veteranos ouvintes do seminário se retiram do recinto, permanecendo somente pastores, diáconos e os neófitos. Os neófitos presentes são convidados a realizarem a “Consulta à Palavra”, com o “clamor” antes devidamente recitado para revestir de sucesso o ato, a fim de obterem a “resposta de Deus” se eles, cada um dali, receberam o “Batismo no Espírito Santo”. Após abrir a Bíblia e escolher aleatoriamente o verso, o neófito aguardará que um pastor ou um diácono achegue a ele para aferir o teor do versículo. O neófito que for aprovado pelo crivo da bibliomancia (verso com teor positivo), fora “batizado no Espírito Santo”, logo, estará antecipadamente pré-aprovado para batizar nas águas e apto a ir aos períodos mais avançados dos seminários. Caso não seja “batizado no Espírito Santo”, terá que aguardar um tempo, em espera ao próximo “Seminário de Principiantes”, para então repetir novamente tal ato bibliomântico na última aula, para assim, talvez, ser finalmente “Batizado no Espírito Santo”. Frisa-se que a reprovação do neófito nesse “Batismo” (versículo de teor negativo), de antemão, já o proíbe automaticamente de “batizar nas águas” – “o Senhor não permitiu”, até o dia que seja “batizado no Espírito” no seminário.
9. Marcas do Passado

Na teologia da Maranata é ensinado sobre as “Marcas do Passado”. Tal dogma significa que certos membros devam ser irredutivelmente desconsiderados, em herança àquilo que ele cometera no passado, para aquisição de cargos e funções que são diretamente ligadas à liturgia e à doutrina eclesiástica da Instituição (obreiro, diácono, ungido, pastor, senhora linha de frente e professora etc.). Sabe-se que na doutrina cristã todo ser humano fora pecador e é nascido de novo quando crer e arrepende-se e é transformado em nova criatura em Cristo, mas na evolução da teologia da Maranata é levado em conta que certos pecados ficam, porém, eternamente estigmatizados na vida do crente, de tal modo que, por “revelação do Senhor”, não é permitido que o adepto “marcado” possa ter os mesmos direitos de qualquer outro crente da Maranata. Atos de outrora como vida despudorada, criminalidade, fichado na polícia, ex-presidiário, pecado sexuais, casado mais de uma vez, filho bastardo, divorciado, enfim, atos dessa estirpe “religiosamente escandalizáveis“ são considerados como “marcas do passado”. O membro detentor de uma “marca do passado” está fadado eternamente a meras atividades de higienização e manutenção de patrimônios; salvo algumas exceções que alguns, a depender da projeção no sistema e envergadura social, são contemplados, no máximo, com o cargo de obreiro ou professora, devido a algumas conveniências, implicações empáticas e parentescas junto à liderança.
 9. Dízimo

Sobre o Dízimo e Dinheiro, publicamente nada é falado, como, por exemplo, são as cobranças de dízimos e ofertas na “Religião”, alega a liderança. Adota-se, porém, o estabelecimento do dízimo judaico – o legalismo dos 10% dos vencimentos – cobrados, indiretamente, em reuniões fechadas, em reuniões sobre batismo e em algumas aulas de Seminários, sob pena do “desacertado” ter as funções cassadas e “diagnosticado” como “enfermo espiritual” caso habitualmente pare ou diminua o valor de suas contribuições. Haja vista que há um controle de quem são os dizimistas da igreja, assim como o quanto eles contribuem. Os dizimistas necessariamente devem entregar o dízimo com o recibo e canhoto devidamente preenchidos ao “tesoureiro” da igreja, para facilitar o controle, no que, também, impede as doações de caráter particular.

Em teoria, os pastores não são remunerados, pois eles não são “profissionais da Bíblia”, pois o certo é servir voluntariamente, já que a Bíblia não aprova isso – consoante os ensinos da teologia da Maranata. É muito comum, portanto, a liderança se extasiar e se desfazer de outras Denominações religiosas por causa dessa política diferenciada que envolve dinheiro. Entretanto, não há transparência nos gastos e arrecadações da Instituição, e nem memorial descritivo dos custos e apuração da igreja local. Tudo é oculto e nada pode ser revelado, sob pena do membro que deseja obter tais informações ser boicotado e discriminado pela liderança e membros.

 

“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas.” 2 Timóteo 4:3-4

fonte: http://obramaranata.wordpress.com/dogmas-e-costumes/

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